Um grupo de pessoas que se despiram de si para irem ao encontro do outro em situação de rua e carência extrema para levar cidadania e dignidade. Esta é a definição do frei franciscano Rodrigo da Silva Martins, sobre o que é movimento Conexão Solidária, uma das ações integradas e desenvolvidas pelos defensores públicos de Mato Grosso no campo do voluntariado e atendimento social.
Para o frei, que é enfermeiro e um dos voluntários do movimento, o Conexão Solidária vem se constituindo em um projeto de amplo alcance e impacto social nos cinco municípios de Mato Grosso em que já vem sendo desenvolvido - Cuiabá, Várzea Grande, Alto Araguaia, Alta Floresta e Poconé. Entre as ações do movimento estão a distribuição de cestas de alimentos, kits de higiene, roupas, calçados, medicamentos, bem como orientações sobre direitos cidadãos, assistência jurídica e emissão de documentos em parceria com outras instituições do Estado.
Estas atividades do Conexão Solidária, no entanto, devem ir além da assistência e suprimento de necessidades imediatas das pessoas em situação de vulnerabilidade, acredita o frei. “O movimento está caminhando para a formulação de políticas de estado para essa população invisibizada, o que é muito positivo e gratificante”, afirma o frei.
Entusiasmado, o religioso destaca ainda o engajamento dos defensores públicos no movimento. “Este movimento Conexão Solidária é muito rico. Ele traduz tudo o que deve ser feito em relação ao outro. São pessoas que ajudam, mãos que colaboram, são aqueles que não estão presentes [na linha de frente], mas que estão de joelhos orando, são os pés que levam aos necessitados as boas novas. A Defensoria Pública nos tem dado todo o suporte sem a qual nós não chegaríamos aonde temos ido.”
Outro aspecto relevante desta ação dos defensores públicos de Mato Grosso na visão do frei Rodrigo é abertura das portas do conhecimento, da conscientização e de acesso à cidadania plena para as populações em situações de extrema carência. “A Conexão Solidária não está matando só a fome, está fazendo com que quem nunca existiu [aos olhos do Estado] passe a existir, a ser visto e estar incluído na sociedade, usufruindo de seus direitos fundamentais”, argumentou.